RDD: como é o mais rígido regime de um presídio de segurança máxima onde estavam os fugitivos de Mossoró

Dois presos escaparam do local no dia 14 de fevereiro, na primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal desde sua criação em 2006.

Espaços com um pequeno solário próprio (que é aberto do lado de fora por um agente penitenciário), mesa e estrutura de cama feitas em concreto e luminária embutida em estrutura de ferro. Assim é uma cela do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde estavam os dois criminosos que fugiram do presídio de segurança máxima de Mossoró no dia 14 de fevereiro.

Quem conta os detalhes do espaço é o jornalista Mahomed Saigg, que entrou no local após a fuga, em entrevista ao podcast O Assunto desta quarta-feira (21).

“Essa unidade é formada por quatro pavilhões, onde você tem as células normais e você tem o RDD, que é um setor a parte desses quatro pavilhões, onde estão as células que são as células especiais, vamos dizer assim.”

Onde ficam as celas do isolamento do regime disciplinar diferenciado no presídio de segurança máxima de Mossoró — Foto: Reprodução Fantástico

Onde ficam as celas do isolamento do regime disciplinar diferenciado no presídio de segurança máxima de Mossoró — Foto: Reprodução Fantástico

Saigg explica que as celas possuem o espaço do solário porque os presos que ali ficam não têm direito ao banho de sol diário da forma mais tradicional, como os outros detentos.

“Eles têm um solarium ali, como foi possível ver pelas nossas imagens, onde eles têm até a sua circulação, mesmo dentro da unidade prisional, restrita.”

Segundo o jornalista, que visitou as duas celas alteradas pelos criminosos, foi possível perceber umidade no local e outras falhas que podem ter facilitado a fuga dos dois. Saigg diz que ficou surpreso com o forte esquema de segurança do presídio, mas que teve um “choque de realidade”, nas suas palavras, ao entrar nesses espaços onde os dois criminosos ficavam.

“A gente percebeu que tinha muitos pontos frágeis na estrutura física da cela que permitiram que esses pontos pudessem ser afetados pela ação humana, seja ela com algum tipo de objeto ou às vezes, em alguns pontos, por ela estar com muita umidade. Até mesmo com as mãos era possível começar a descascar a parede.”

Também em entrevista ao podcast, Francisco Augusto Cruz de Araújo, professor e pesquisador que por dois anos deu aulas em Mossoró, diz que ficou surpreso ao saber que os fugitivos eram do RDD.

“O preso que está no RDD não tem direito a banho de sol, não tem direito a estudar, não tem direito a visita familiar, não tem direito a assistência religiosa.”

Foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, desde sua criação em 2006. Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.

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